Alimentação é um assunto que todo mundo se interessa, mas que gera bastante confusão também, não é mesmo? Isso acontece porque tem muitas informações diferentes por aí e nem todo mudo conhece determinados conceitos.
Existe polêmica sobre quais alimentos consumir, quais alimentos fazem mal e quais fazem bem para a saúde ou qual o melhor estilo de alimentação. Enfim, são muitos questionamentos que muitas vezes não possuem respostas simples. Um outro assunto que chama a atenção é sobre a quantidade de cada nutriente que devemos ingerir.
É justamente sobre esse último assunto que falaremos nesse texto. Para ser mais específico falaremos sobre a Ingestão Diária Recomendada (IDR) ou Reference Daily Intake (RDI). Já tinha ouvida falar sobre isso? Caso nunca tenha ouvido falar ou apenas não entenda muito bem esse conceito não se preocupe! Essa é a oportunidade de você aprender tudo sobre esse conceito. Então fica tranquilo e segue com essa leitura até o final!
Esse conceito é resultado da evolução de muitos anos de estudo e nos ajuda a conhecer as quantidades de cada nutriente que devemos ingerir diariamente. Mas isso você já deve ter percebido pelo próprio nome, né?!
IDR é a ingestão diária de um nutriente que é considerada suficiente para atender as exigências de 97-98% de indivíduos saudáveis. A base desse índice foi desenvolvida nos Estados unidos, mas tem sido utilizado em muitos outros países no mundo. Logo vou te contar toda a história de como ele foi definido ao longo da história, segura a ansiedade aí!
Falando em história, vem descobrir também um pouco sobre A História dos Suplementos! Tem muitas curiosidades que vão te surpreender!
Aqui no Brasil quem define o IDR é a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Ela diz que esse valor é “a quantidade de proteína, vitaminas, minerais e calorias que deve ser consumida diariamente para atender às necessidades nutricionais da maior parte dos indivíduos e grupos de pessoas de uma população sadia.”
Percebeu que ela não fala nada sobre a ingestão de carboidratos, gorduras ou fibras? Isso mesmo, não existem parâmetros definidos para esses macronutrientes.
Se você estiver se perguntando qual a importância dos valores definidos na IDR eu te conto. Com eles nós podemos saber quais são as quantidades mínimas necessárias para ter os benefícios de determinado nutriente, por exemplo, ou ainda para suprir a demanda do nosso corpo.
Hoje em dia todas essas informações tem que aparecer obrigatoriamente nos rótulos dos produtos de acordo com a regulamentação da Anvisa. Nos rótulos você vai encontrar a %VD (Valor Diário), que é a porcentagem ou quanto de nutriente cada porção daquele alimento ou suplemento oferece em relação a quantidade total recomendada a ser consumida diariamente.
Para não ter mais nenhuma dúvida sobre o VD nos rótulos acesse nosso artigo sobre Leitura de Rótulos.
Ah, fique ligado que pessoas que possuem restrições alimentares devem seguir a dieta passada pelo médico. E pessoas com problemas de saúde que afetam a absorção dos nutrientes, por exemplo, podem ter demandas específicas de nutrientes.
Então fique atento a tudo isso, caso não atinja as quantidades necessárias de nutrientes na sua alimentação você pode apostar em uma ajudinha com suplementos alimentares. Para se informar mais corre para ler nosso artigo sobre a Relação entre Saúde e Suplementos.
DESCUBRA COMO ESSAS PESQUISAS COMEÇARAM
Agora vamos conhecer um pouco da história dos índices que deram origem ao nosso IDR. Como eles foram criados e de que forma evoluíram ao longo do tempo.
Durante a II Guerra Mundial, os Estados Unidos começaram a desenvolver estudos sobre problemas nutricionais que poderiam afetar a defesa nacional. A partir disso definiram recomendações sobre a necessidade de ingestão diária para cada nutriente e estabeleceram padrões que serviriam para as forças armadas e para os civis. O conjunto de recomendações foi denominado de Recommended Dietary Allowances (RDA).
Esses guias buscavam proporcionar uma nutrição superior, incluindo uma margem de segurança nas quantidades e, também, levavam em conta a disponibilidade de alimentos, já que poderia haver racionamento de alimentos durante a guerra.
As tabelas com informações sobre nutrientes e fontes de energia da RDA foram utilizadas e evoluíram por mais de 50 anos. Elas eram revisadas periodicamente para atualizar suas informações. E no final da década de 1990, a RDA foi substituído por outro valor de referência, fazendo parte de um amplo conjunto de orientações dietéticas chamado Dietary Reference Intake (DRI).
Você deve estar se perguntando como esses estudos eram feitos, não é mesmo? Então te conto isso também! De maneira geral os estudos são conduzidos em grupos de pessoas saudáveis, divididos em homens, mulheres, crianças, além de divisões por idade. Entre as mulheres ainda há ainda divisões de gestantes e de mulheres que amamentam. Ah, e esses estudos são conduzidos por mínimo 2 anos acompanhando os diferentes grupos.
E é a partir desses estudos e informações que foram definidas nossas tabelas de IDR. Tô falando daquela que usamos aqui no Brasil que te falei no começo desse texto, ok?
OUTROS VALORES DE REFERÊNCIA
Achou que já tinha acabado? Ainda tem mais coisas para eu te contar! Se liga nesses outros valores de referência para o consumo de nutrientes! Eles oferecem informações importantes para uma alimentação saudável e fornece parâmetros de comparação. Assim você pode ter uma visão bem completa sobre o consumo dos nutrientes.
O EAR (Estimated Average Requirement) ou Requerimento Médio Estimado é a estimativa do valor diário de um nutriente que atende às necessidades de 50% da população.
Já a AI (Adequate Intake) ou Ingestão Adequada é o valor de ingestão diária de um nutriente. Mas diferentes dos valores anteriores essa referência fala de nutrientes não descritos nas outras referências. Ela engloba os nutrientes que os estudos ainda não conseguiram determinar valores de RDA, DRI e EAR. Então sua recomendação é feita pela observação de consumo.
Se liga também no Nível Máximo de ingestão diária tolerada de um nutriente! Esse valor é chamado de UL (Tolerable Upper Intake Level) e é essencial para evitar riscos de efeitos adversos à saúde. Ele não deve ser utilizado como recomendação, mas como um mecanismo de segurança para lidar com o uso indiscriminado de suplementos, por exemplo.
Agora que você já sabe tudo sobre esse assunto, nunca mais vai ficar perdido quando ver qualquer uma dessas siglas. Além disso, aposto que vai ficar bem atento na quantidade de nutrientes que cada alimento ou suplemento atende das suas necessidades diárias, não é mesmo?